Sou Assim

Sou Assim
Geralmente, sou assim. Delicada e cuidadosa. Olho onde piso, morro de medo de magoar alguém...

De repente,

De repente,
fico assim. Tanta sutileza me comove.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

VANGUARDA ATÉ PARA MORRER


Nem menino, nem adulto. Nem homem, nem mulher. Nem preto, nem branco. Michael Jackson, que encantou a minha geração com músicas inesquecíveis, morreu da mesma maneira que viveu. Misteriosamente.
Se morrer pode ser um momento de vanguarda, a morte de Michael Jackson foi. Além do espanto mundial, sua marca registrada - é? não é? -, o acontecimento jogou a pá de cal na imprensa tradicional. Que, na era pós-Michael Jackson, terá que, obrigatoriamente, se reciclar.
O fenômeno, dizem, aconteceu no mundo inteiro. Mas só posso testemunhar o que assisti no Brasil. Primeiro a rede norte-americana de televisão CNN informou "a parada cardíaca do cantor, transferido em coma para o hospital". Depois a GloboNews, vacilante, entrou com uma edição extraordinária, anunciando que "segundo a Agência Reuters, Michael Jackson morreu". Logo voltou atrás, sem confirmar ou desmentir o óbito, pois as tradicionais Agências de Notícias não repassavam a informação. No clima morreu-não-morreu, ambas as televisões perderam um tempo enorme.
Enquanto isso, eu e o mundo inteiro acessávamos o site www.tmz.com , que disparou relatando as novidades: "Michael Jackson sofreu um enfarte", "os páramédicos já o encontraram morto", "todas as manobras de ressuscitação estão sendo tentadas". A cada segundo, uma novidade. Em cinco minutos, o site avisou: "Michael Jackson morreu".
O TMZ deixou para trás a concorrência. Quando, finalmente, as televisões anunciaram a morte do cantor, o site já havia começado a especular o excesso de medicação como causa do óbito. Notícia que só apareceu no fim da noite nas redes de notícias tradicionais.
Daqui para frente, a grande imprensa terá que rever a sua estratégia diante de um acontecimento inesperado. A Internet não deixa espaço para o mínimo vacilo. A nova geração já nem liga a televisão - e eu assisti isso ontem, em minha casa. A garotada logo correu para os sites, que relatavam tudo em primeira mão. Incrível, para eles a televisão é uma mídia ultrapassada.
Até na morte, Michael Jackson foi vanguarda. Seu súbito falecimento ensinou que a Internet tem credibilidade e é muito mais ágil do que se imaginava. A partir de agora, se as televisões quiseram sobreviver como a primeira transmissora de notícias, terão que se reciclar.
No dia 25 de junho fiquei duplamente arrepiada: pelo desaparecimento de um ícone da minha juventude e pela reação de um sobrinho adolescente, que, ao escutar as informações desencontradas, logo avisou ao irmão que o poder mudara de mãos: "acessa rápido o TMZ, parece que o Michael Jackson morreu".
Num piscar de olhos, o TMZ descarregou na tela do computador a triste notícia.
Grande Michael Jackson. Morreu, mas morreu criando um novo vácuo no aparentemente sólido "mundo real"...

3 comentários:

O Fantasma de Chet Baker disse...

Texto maravilhoso. Realmente a grande mídia tem que se reciclar...

Anônimo disse...

Angela querida, adorei seu blog. Ele é cheio de charme e textos interessantes. Também pude conhecer um pouco mais sobre seus livros e admirar a bela prole.
Falando sobre Michael Jackson, concordo com você, ele foi pura vanguarda na vida e na morte. Uma pena que a imprensa faça uso dessas perdas de forma tão sensacionalista. Nesse aspecto, internet e imprensa tradicional se assemelham bastante, exceto pelo tempo e o espaço que cada uma dedica aos fatos. A tradicional ficou lenta perante a internet, é repetitiva e tenta prolongar todo e qualquer sofrimento pelo máximo de tempo possível. Já a internet é mais rápida e rasteira, chega primeiro e dá o recado. A internet é líquida e já se espalhou por todos os acessos. Acorda TV!!
Mais uma vez, parabéns pelo blog, é a sua cara! Bjs, Maristela.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

O incrível geneticista chinês (Editora Record)

Um cientista chinês, o biólogo Yuan Wang, descobre que, manipulando cromossomos, pode modificar os genes responsáveis pela obesidade e pela chatice humana.

Estará o mundo preparado para tão grande transformação?

Só dr. Wang pode responder.

LEIA "O incrível geneticista chinês".

Quem quiser saber detalhes, consulte o site:

http/:sobrecapaliteral.com.br/lancamentos

































































































































A Tecelã de sonhos

A Tecelã de sonhos
Editora Record. É o meu preferido. Mas não por ser o caçula. Acho que acertei a mão criando a Berenice séria, doida, liberdade. Além de representar uma época (os anos 1960/1970), Berenice simboliza todos nós. Quem, um dia, não se viu dividido, sem entender direito quem era?

Todos os dias da semana

Todos os dias da semana
Editora Bertrand. Um conto para cada dia da semana. Meus preferidos são: Segunda-feira e os doces de dona Adália da Conceição. Quarta e o ciúme doentio de um comandante da aviação civil. Não é que o homem surta, imaginando a esposa nos braços do amante, justo na hora de pousar um grande jato, repleto de passageiros, no aeroporto de Buenos Aires? Também, a Torre de Controle não ajudou. Portenho sempre dá um jeito de implicar com brasileiro. Também gosto de Sexta-feira e as venturas e desventuras de Gertrudes Cascatinha. Tantas ela apronta, que acaba tendo um filho com Santo Antônio. Qualquer hora, estes contos viram filmes...

O português que nos pariu

O português que nos pariu
Editora Record. O jornal O Globo, Rio de Janeiro, considerou o meu "português..." um dos dez melhores livros do ano 2000. O livro é mesmo ótimo. Também existe a edição portuguesa, da Civilização, cidade do Porto. Em novembro de 2009, a Editora Record lançou uma edição revista, ampliada e com uma capa linda.

Livro do apocalipse segundo uma testemunha

Livro do apocalipse segundo uma testemunha
Editora Objetiva. AMO o meu apocalipse. Dei boas gargalhadas enquanto o escrevia. O livro é meio surreal, mas qual apocalipse não é?

O avesso do retrato

O avesso do retrato
Editora Record. Muita gente me telefonou de madrugada, após terminar a leitura, para comentar o fim inesperado deste romance. É surpreendente mesmo. Nem eu mesma sei como consigo escrever estas coisas.

Santa Sofia

Santa Sofia
A Editora Record vai reedita-lo. "Santa Sofia" é muito lindo. Adoro a Sofia. Fazendeira rica, feia, má, generosa, humana. Uma das minhas melhores personagens

Mil anos menos cinqüenta

Mil anos menos cinqüenta
Prova de capa da edição espanhola (Ediciones Siruela) de meu primeiro livro. "Mil anos..." foi lançado no Brasil em 1995, pela Editora Imago. Que pena, está esgotado...